Mensagem do Presidente da Associação por ocasião da festa do 25º aniversário da ACRTX
Na vida tudo tem um princípio e a Associação Cultural e Recreativa Tourencius dos Xudreiros não foge à regra. A nossa associação teve um início simples, e uma infância modesta embora desde logo demonstrasse vontade de crescer.
Mesmo antes de ser criada Associação Tourencisus dos Xudreiros, já o movimento associativo corria nas veias dos moradores desta aldeia. No ano de 1983, foi criado o Rancho Folclórico Senhora do Extremo, da responsabilidade de dois habitantes desta aldeia “Manuel A. Borges Machado e Manuel A. Dias Lameira”, com a colaboração daqueles que participavam no mesmo, assim como de outras pessoas beneméritas, que gentilmente cederam os locais para os primeiros ensaios.
Também o futebol, grande paixão de muitos adeptos fervorosos, já era tradição no que toca à prática desportiva, pois prova do seu sucesso e brilhantismo, está patente nos trofeus que aqui nos rodeiam.
Com a dinâmica destes dois grupos, surgiu a necessidade de criar uma estrutura mais sólida e conjunta, pois alguns dos elementos dos grupos fundados eram comuns. A necessidade de poder afirmar junto das entidades oficiais, podendo assim concorrer a eventuais apoios, que serviriam de sustento ao crescimento da coletividade, foi, a par de muitas outras, o motivo para a criação da Associação. Para o efeito, foram os elementos que lideravam o Rancho Folclórico Senhora do Extremo, na altura, que tomaram a iniciativa de criar uma Associação. Após todo o processo burocrático a nível das entidades oficiais, houve que escolher o nome para a Associação.
Assim recorremos ao passado Histórico da nossa aldeia, de modo a encontrar um nome que servisse para unir todas as opiniões, acabando por prevalecer o actual nome que representa todo um passado desde as origens da remota aldeia dos Xudreiros, até aos nomes dos primeiros habitantes da aldeia de Tourencinho, ou seja, Associação Cultural e Recreativa Tourencius dos Xudreiros.
A elaboração dos Estatutos Gerais da Associação, assim como os Estatutos Internos, que vieram servir de base à Escritura, assim como por onde a Associação se iria reger, foi mais um passo para concretizar uma velha aspiração de todos. Concluído todo este trabalho, houve que convidar o número necessário de pessoas para a realização da escritura publica, e que seriam os chamados Sócios Fundadores da Associação, responsabilizando-se por todo o processo até à eleição dos corpos sociais, em Assembleia-geral. Assim a realização do acto público formal de criação da Associação foi a Escritura Pública que decorreu no Cartório Notarial de Vila Pouca de Aguiar, no dia 7 de Novembro de 1989, onde estiveram presentes para assinar a escritura os Sócios Fundadores: Sócio nº 1 Manuel Agostinho Borges Machado, Sócio nº 2 Manuel Agostinho Dias Lameira, Sócio nº 3 Augusto Rio Costa, Sócio nº 4 Manuel Dias Castela, Sócio nº 5 Hermínio Minhava Borges, Sócio nº 6 Licínio Rio Costa, Sócio nº 7 António Joaquim Rodrigues, Sócio nº 8 Maria de Jesus Rodrigues Lameira, Sócio nº 9 Manuel Agostinho Carreira Machado, Sócio nº 10 Diamantino Carrico Dias.
A concretização de todo este processo exigiu muita vontade em termos de disponibilidade de tempo, e mesmo no aspecto económico. A par deste processo e atendendo a que o rancho estava em pleno crescimento foi necessário proceder à confecção dos trajes e bandeira que ainda hoje constituiu o símbolo da nossa Associação e que aqui está bem patente, ostentando os “trofeus” de muitas actuações dos elementos do Rancho Folclórico Nª Sra do Extremo, os quais ao longo de muitos anos se dedicaram de corpo e alma ao folclore, animando festas e romarias, eventos sociais e culturais, levando mais longe o nome da associação, o nome de Tourencinho. Foi também graças a essas actuações e às suas receitas, que foi possível o melhoramento dos trajes e a aquisição de instrumentos, para dar ainda mais brilho às suas actuações.
A par do grupo do rancho folclórico, formou-se o grupo de cantares, o qual participou entre outras, em encontros de cantares de janeiras e animando ainda a desfolhada tradicional da ACRTX, pois Desfolhada Tradicional foi, é e será em Tourencinho, pois já lá vão 14 edições, cheias de sucesso.
Após criar fortes alicerces nas suas atividades no início nos anos 2000 a 2004, o anseio da construção da sua sede social, onde hoje estamos a festejar este aniversário, era grande, e a direcção de então arregaçou as mangas e pôs mãos á obra. Os obstáculos a ultrapassar foram muitos, desde a questão da propriedade do apeadeiro e dos terrenos contíguos, até à elaboração do projete e a obtenção de financiamento para a construção do edifício. A escolha deste último, foi a mais consentânea, pois encontrava-se em degradação e importava dar-lhe nova vida, melhorando o aspeto geral do edifício e sua envolvente, sendo que também a localização central e a história da aldeia estar ligada aos caminhos de ferro, constituíram factores importantes na escolha do local. Com o apoio da Câmara Municipal, a qual elaborou do projeto técnico, conseguiu-se a aprovação de um co-financiamento da obra…através de uma candidatura ao programa Leader +, e a obra nasceu, culminando na sua inauguração a 26 de setembro de 2009.
A par da construção da sede e verificando-se uma grande de crescer foi também criado o grupo de bombos e Zé-pereiras intitulado de Grupo de Bombos “Os Tourencius”. Valendo-se da habilidade dos seus sócios confeccionaram-se dois Gigantones e adquiriram-se um número significativo de bombos, que por onde passaram, deixaram um rasto de alegria, quer nos desfiles de carnaval, quer na animação de rua nas festas e romarias populares do concelho e fora do concelho.
A par destes grupos, a associação esteve sempre ativa e desenvolveu um grande número de atividades em vários domínios, cultural, etnográfico, desportivo e recreativo, levando mais longe o nome da nossa Associação e da Aldeia.
De referir apenas algumas das atividades desenvolvidas ao longos da história da Associação, sobretudo a partir do ano de 2001, em que a associação ressuscitou de um período de “banho maria”:
– Participação no encontro de cantares de Janeiras (promovido pela CM)
– Abertura das Cancelas e Chamar o Entrudo
– Desfile de Carnaval
– Concurso de Pesca Desportiva
– Jogo da Panela e mostra da loiça de barro preto e sua confecção
– Caminhada da Primavera
– BTT da Primavera
– Convívio de verão com jogo de futebol
– Tradicional desfolhada
– Magusto
– BTT de São Martinho
– Matança do Porco
Mais um exemplo do empenho colocado na dinâmica e projeção da associação é de realçar a campanha de angariação de sócios, ao longo da última década chegando hoje quase a 4 centenas, demonstrando um crescimento sustentado da sua estrutura associativa.
Mais recentemente a forte aposta passou pelo ciclismo, quando em 2007, foi criada uma equipa federada de ciclismo e BTT, apadrinhada pelo então ciclista profissional, Cândido Barbosa. O número de atletas foi variando, contudo o núcleo central manteve-se o mesmo, dando grandes alegrias e muitas vitórias à Nossa Associação, nomeadamente ao ter nas suas fileiras um campeão nacional de master’s C, o que muito nos orgulha. Não desfazendo é claro todo o empenho da totalidade da equipa no trabalho coletivo para que os resultados individuais possam sobressair.
Foi com tristeza que o Rancho Folclórico, entrou em situação de inatividade há quase 4 anos, por vários motivos, mas que se prende essencialmente com a falta de elementos, ou por abandono da aldeia (imigração), falecimento ou até de idade avançada de muitos dos seus membros, verificando-se o mesmo como o grupo de cantares. A atual direcção sempre apoiou e apoiará o “renascimento” destes dois grupos, sendo no entanto necessário a formação de um grupo de trabalho específico para a dinamização dos mesmos, à semelhança do que se verifica com o ciclismo, ou seja, o funcionamento por departamentos com um responsável que contará com o apoio da direcção.
É com muita dedicação que os atuais e também os anteriores membros das sucessivas direções, têm conseguido levar a cabo um vasto programa de atividades, procurando dar dinâmica cultural, etnográfica e desportiva à aldeia de Tourencinho e levar o seu nome além fronteiras concelhias, regionais e nacionais.
A aposta nas tecnologias das informação, como seja o site da ACRTX, com mais de 2.000 visitas mensais, ao longo dos últimos 3 anos, ou a página no famigerado Facebook, muito contribui para levar as nossas atividades aos sócios que estão emigrados e que muito orgulho têm em visitar-nos anualmente e felicitar-nos pelo trabalho desenvolvido.
Não nos podemos esquecer que o associativismo é um pilar fundamental no desenvolvimento da sociedade e no crescimento das suas populações, pois é graças à dinâmica social e demográfica que surge dos movimentos associativos que as povoações e vilas oferecem melhores e maiores ofertas culturais, etnográficas a todos os que aqui habitam, bem como a todos os que nos visitam, ficando com vontade de voltar e trazer amigos, que por sua vez trarão amigos. Tourencinho é um exemplo claro de que o associativismo está vivo, que o associativismo é factor de união entre a população, que o associativismo é gerador de emprego e riqueza, refiro-me ao Centro Social Nª Srªa do Extremo.
E Hoje a nossa Associação orgulha-se do seu passado, orgulha-se do seu percurso cheio de história, demonstrando que ainda quer ir mais longe, recordando o esforço desenvolvido pelos seus fundadores e por todos aqueles que assumiram os comandos dos órgãos sociais desta instituição ao longo dos últimos 25 anos. Não podemos esquecer-nos de todas as entidades externas que também contribuíram para o sucesso do percurso desta associação, Câmara Municipal, Junta de Freguesia, Inatel, Conselho Diretivo, Centro Social, Patrocinadores, nomeadamente, Skoda Irmãos Leite, Creative Moto, Padaria Carrica, Pinturas Moura, Granitos Ribeiro e Supermercados Morais, aos elementos da direcção e restantes órgãos sociai, a todos eles e a todos vós, pois é para vós que nós existimos, que tabalhamos o meu, o nosso agradecimento….BEM HAJAM….